sábado, 26 de setembro de 2009

Resumo da Revota de Beckman

Rebelião promovida por proprietários rurais maranhenses contra a Companhia de Comércio do Estado do Maranhão, em 1684. No centro da revolta, a questão do trabalho escravo dos índios e a questão dos preços das mercadorias, dos juros e dos impostos cobrados pela companhia. Em 1682, Portugal cria a Companhia de Comércio do Maranhão com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico do norte do Brasil. Em troca da concessão do monopólio do comércio do açúcar e da arrecadação dos impostos, a empresa deveria fornecer escravos, utensílios, equipamentos e alimentos aos colonos a juros baixos. Mas ela não cumpre o compromisso assumido, sobretudo em relação ao fornecimento de escravos africanos, desorganizando a produção pela falta de mão-de-obra. Chefiados pelos irmãos Manuel e Tomás Beckman, em 1684 os proprietários rurais revoltam-se contra a empresa, atacando suas instalações. Expulsam os padres jesuítas, que continuam a opor-se à escravização de índios para trabalhar nas propriedades, na falta de negros africanos. A seguir, depõem o governador e assumem o controle da capitania. A metrópole intervém, enviando uma frota armada para São Luís. Manuel Beckman é preso e decapitado e Tomás, condenado ao desterro. Os demais líderes são condenados à prisão perpétua. A Companhia de Comércio é extinta em 1685. Os jesuítas retornam à região e retomam suas atividades.

Repressão ao movimento

A Metrópole Portuguesa reagiu, enviando um novo Governador para o Estado do Maranhão, Gomes Freire de Andrade. Ao desembarcar em São Luís, em 15 de maio de 1685, à frente de efetivos militares portugueses, este oficial não encontrou resistência.
Neste ano de revolta, o movimento tivera várias defecções entre seus entusiastas: eram os descontentes, arrependidos, os moderados e os que temiam as mudanças. À chegada de Gomes Freire não se opusera Manuel: tencionava libertar o irmão Tomás. Os emissários do novo governante logo tomaram conhecimento do estado das coisas. Os mais comprometidos com a revolta deliberaram pela fuga, enquanto Beckman permaneceu.
Gomes Freire, então, restabeleceu as autoridades depostas, ordenando a detenção e o julgamento dos envolvidos no movimento, assim como o confisco de suas propriedades. Expediu ordem de prisão contra Manuel Beckman, que fugira, oferecendo por sua captura o cargo de Capitão dos Ordenanças. Lázaro de Melo, afilhado e protegido de Manuel, trai o padrinho e entrega-o preso, obtendo a cobiçada recompensa. Entretanto, empossado, os seus comandados repudiaram-lhe o gesto vil, recusando-se a obedecer-lhe as ordens. Queixando-se disto ao governador, afirma-se que Gomes Freire teria lhe respondido que prometera o cargo, não o respeito dos comandados.
Apontados como líderes, Manuel Beckman e Jorge de Sampaio receberam como sentença a morte pela forca. Os demais envolvidos foram condenados à prisão perpétua. Manuel Beckman e Jorge Sampaio foram enforcados a 2 de novembro de 1685 . A última declaração de Manuel foi: "Morro feliz pelo povo do Maranhão!". Tendo os seus bens ido a hasta pública, Gomes Freire arrematou-os todos e devolveu-os à viúva e filhas do revoltoso.

Historiografia e visão economicista

A classificação da Revolta de Beckman como nativista obedece antes a critérios de sistematização que propriamente a uma motivação verdadeiramente nativa, na opinião de alguns historiadores, influenciados pelo economicismo. Seria, antes, um movimento "isolado e não contestou a dominação metropolitana, mas apenas um de seus aspectos: o monopólio"
Os fatos, porém, dão outra dimensão, menos simplista: o pedido de apoio ao Pará, e a própria declaração de Beckman, por exemplo, colocam efetivamente este movimento dentre os primeiros onde já se esboçava um verdadeiro sentimento nativista, claramente desencadeado por razões econômicas.

Eclosão da revolta

Após alguns meses de preparação, Aproveitando a ausência do Governador Francisco de Sá de Menezes, em visita a Belém do Pará, a revolta eclodiu na noite de 24 de fevereiro de 1684, durante as festividades de Nosso Senhor dos Passos.
Sob a liderança dos irmãos Manuel e Tomás Beckman, senhores de engenho na região, e de Jorge de Sampaio de Carvalho, com a adesão de outros proprietários, comerciantes e religiosos insatisfeitos com os privilégios dos Jesuítas, um grupo de sessenta a oitenta homens mobilizou-se para a ação, assaltando os armazéns da Companhia.
Já nas primeiras horas do dia seguinte os sediciosos tomaram o Corpo da Guarda em São Luís, integrado por um oficial e cinco soldados. Partiram dali, com outros moradores arregimentados no trajeto, para a residência do Capitão-mor Baltasar Fernandes, que clamava por socorro, sem sucesso. Registra o historiador maranhense João Francisco Lisboa que "Beckman intimou-lhe a voz de prisão e suspensão do cargo, acrescentando, como que por mofa, que para tornar-lhe aquela mais suave o deixava em casa entregue à guarda da sua própria mulher, com obrigações de fiel carcereira. Baltasar Fernandes gritou que preferia a morte a tal afronta intolerável para um soldado; mas a multidão, sem fazer cabedal dos seus vãos clamores, tomou dali para o Colégio dos Padres, a quem deixaram presos e incomunicáveis com guardas à vista."
Posteriormente à ocupação do Colégio dos Jesuítas, foram expulsos do Maranhão os vinte e sete religiosos ali encontrados.

A Junta Revolucionária

A 25 de fevereiro a revolta estava consolidada, organizando-se na Câmara Municipal, uma Junta Geral de Governo, composta por seis membros, sendo dois representantes de cada segmento social - latifundiários, clero e comerciantes. Para legitimá-la, foi celebrado um Te Deum. As principais deliberações desta Junta foram:
a deposição do Capitão-mor;
a deposição do Governador;
a abolição do estanco;
a extinção da Companhia de Comércio;
a expulsão dos Jesuítas.
A Junta enviou emissários a Belém do Pará, onde se encontrava o Governador deposto do Maranhão, objetivando a adesão dos colonos dali. O Governador recebeu-os, prometendo-lhes abolir a Companhia do Comércio, anistiar a todos os envolvidos, e ainda honras, cargos e verbas (4 mil cruzados) caso os revoltosos depusessem as armas. A proposta foi recusada.
Do mesmo modo, a Junta enviou Tomás Beckman como emissário à Corte em Lisboa, visando convencer as autoridades metropolitanas que o movimento era procedente e justo. Sem sucesso, recebeu voz de prisão no Reino e foi trazido preso de volta ao Maranhão, para ser julgado com os demais revoltosos.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A revolta de Beckman

A Revolta de Beckman, também Revolta dos Irmãos Beckman ou Revolta de Bequimão, ocorreu no então Estado do Maranhão, em 1684. É tradicionalmente considerada como um movimento nativista pela historiografia em História do Brasil. houveram conflitos entre os jesuítas e os colonos por causa da escravização dos índios. Por defender a liberdade dos índios, os religiosos da Companhia de Jesus, foram expulsos de maranhão, só voltaram em 1680, por decisão da coroa. Nessa data, foi proibida a escravização de índios. Para resolver o problema da falta de mão-de-obra,os colonos começaram a escravizar indígenas.Para capturá-los em maior número, os colonos invadiam as aldeias.
Após a restauração(1640),a metropole criou as Companhias de comercio,cuja finalidade era reestruturar o monopólio comercial e aumentar o controle administrativo.
No maranhão foi criada a Companhia de comercio do Maranhão, o que diminuia o lucro dos colonos e aumentava o descontentamento com a Metrópole.
Além disso havia a proibição da escravidão dos indigenas impostas pelos jesuitas,e que contava com Apoio da companhia,responsável pela vinda e comercialização dos escravos negros.
A revolta liderada pelos irmãos de Manuel e Tomás beckman tomou a cidade de São Luíz expulsou os missionários da regiãoe extinguiu a Companhia de Comércio.
A revolta foi ceveramente punida.Tomás beckman foi preso e Manuel, morto.Todavia,pode-se dizer que os revoltos obtiveram uma vitória pascial,pois a Companhia de Comércio foi definitivamente extinta.